(foto :Ralph Gibson)
L. é uma ex de 2004, suculenta mulher morena de olhar verde imenso, refinada, culta... no plano sexual, sem tabus, e submissa. Mantemos o contacto desde o início e vemo-nos de vez em quando. Queria uma relação séria, mas eu não, e foi isso que interrompeu o nosso idílio e nos fez seguir o nosso caminho. Mas uma noite telefona-me, sente-se só, confia-me a estupidez e o lamentável desempenho do seu "homem" actual. (lamentável significa para ela o equivalente ao regime mínimo de um gajo comum com uma grande falta de originalidade). Falamos... falamos até que a conversação termina com a pergunta fatídica: "Queres ver-me?"
23h00, estaciono a minha lata estofada perto do seu edifício burguês no cimo do qual L se estabeleceu num duplex bonito. Um código introduzido e a porta se abriu, o elevador...Impossível de evitar, compartilho a ascensão com um casal que me lembra que a natureza é bem feita porque há de facto gostos para tudo... Eles saem e eu sigo….
Sou o visitante da noite, o meu papel preferido. O que vem clandestinamente quando a noite cai, o que seduz, acaricia, maltrata e possui… Sou o visitante da noite, venho juntar-me e absorver a bonita energia de L. Outro código, como num videogame, mas todos são rapidamente quebrados, conheço os seus segredos e a senhora da fortaleza espera-me...
L. espera-me no hall imenso, tem um vestido negro, fino, que acentua o erótico desenho do vestuário interior que tem sobre a pele, sem sapatos. Parece ligeiramente ansiosa por este encontro nocturno e espontâneo mas sorriu-lhe e rapidamente se acalma e me convida a avançar no seu "palácio". Sentamo-nos num dos confortáveis sofás. Gosto desta peça, gosto aliás de todo o apartamento, da sua vista e da decoração fina, luxuosa mas discreta, as suas centenas de livros, a ausência de televisão, relegada para uma colecção de pintura e peças de arte especializadas... Gosto também do ambiente sonoro que escolheu, Merzbox (Masami Akita) - um "japanese noise", vagamente jazz, de um disco que em tempos lhe ofereci. Dois copos esperam na nossa frente, uma garrafa de um excelente vinho repousa na mesa baixa no meio de um círculo feito com uma dezena de velas. Conversamos e bebemos um pouco. Mas a conversa é curta e os nossos lábios se misturam rapidamente. As nossas mãos cruzam-se, os nossos corpos se aproximam-se e se misturam: Comecei a despi-la, de seguida transportei-a para o quarto de cima onde terminei a desembaraçar-me de todos os seus caros adereços burgueses. Apreciei alguns minutos o seu belo corpo nú, beijei-a e testei a elasticidade e profundidade da sua boca, primeiro com a língua e depois mais bruscamente com os dedos, depois meti estes mesmos dedos na sua fenda. Bem profundamente. Durante alguns minutos desenhei pequenos círculos sobre as paredes internas e rapidamente molha a palma da minha mão. Depois, no momento em que a sua respiração acalmou, segurei-lhe firmemente a nuca pelos cabelos, aproximei a sua cabeça da minha, passei-lhe a língua no pescoço e murmurei-lhe ao ouvido: "Vês putinha, continuo a poder fazer contigo tudo o que quiser" ..., "Então, continuo a ser a tua pequena cadela?" diz L. sorrindo e acariciando-me com a mão o sexo já duro através do tecido das minhas calças.