dezembro 27, 2007

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Deitados sobre a cama. Lado a lado, corpos invertidos.
Ela com a sua roupa interior, eu com a minha.
Os nossos rostos distam apenas alguns centímetros dos nossos sexos. Quase se tocam, mas em momento algum poderá existir contacto entre nós. NÃO TOCAR, é o jogo.

Os dedos dela desenham arabescos sobre os contornos das suas cuecas. Os meus esculpem as formas do meu sexo através do algodão.
Desliza-as lentamente sobre as pernas. Faço o mesmo com as minhas.
Vejo o seu sexo depilado integralmente, entreaberto, já abundantemente molhado, ali, exactamente na frente dos meus olhos. Vê o meu inflado, duro, direito, manipulado pelos meus dedos bem na frente dos seus.
Entreabre os lábios, acaricia a fenda delicada, penetra profundo um dedo nela. Desaparece, reaparece húmido.
Apalpo os meus colhões, a outra mão cerca o meu sexo e massaja a pele suave da vara num vai- vem em todo o seu comprimento, rolo a glande na palma da mão.

Começa então a fazer dançar o clítoris á medida do seu desejo. A minha mão não para... O pensamento conduz a minha língua na extremidade dos dedos dela. Concentrarmo-nos no nosso próprio prazer, mas também no espectáculo que oferecemos um ao outro. Como espelhos um do outro.
Os minutos inflamam os sentidos... O ritmo acelera.
Suspiros, fecha os olhos, estremece, vai vir-se.
Venho-me em simultâneo em esguichos abundantes sobre ela, o esperma atinge-lhe a cara e espalha-se sobre os lábios, o pescoço, o peito.
Permanecemos um momento silenciosos, depois sorrimos.
(photo: Patrick Gagne)